segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Entrevista Aécio e José Serra - Espaço Minas Gerais - SP

Foto: Milton Michida / Imprensa Governo SP

Entrevista dos governadores Aécio Neves e José Serra

Evento: Inauguração da Casa de Minas em SP

Local: São Paulo

Data: 14/09/2009

Assuntos: Prévias PSDB, Eleições 2010 e inauguração da Casa de MG em SP

José Serra

O jornal Estado de São Paulo publicou matéria dizendo que pode não haver prévias.

Acho que o mais importante aqui é sublinhar o significado dessa instalação da Casa de Minas Gerais em São Paulo. É um campo de contato muito oportuno e necessário entre nosso estado e Minas.

Minas Gerais tem hoje a segunda economia do Brasil e é destino de muitos homens de negócios, muitas atividades culturais e de um fortíssimo movimento turístico. Para nós é um orgulho que haja aqui na esquina da Rua Minas Gerais com a Rua Rio de Janeiro, uma casa de Minas Gerais. Isso tem um significado muito grande, afetivo, econômico, cultural e político.

Mas em seu discurso o senhor falou de uma aliança...

Falei em termos históricos, pois estamos diante de um fato histórico como é a instalação deste vínculo, simbólico e ao mesmo tempo relevante, do ponto de vista da relação entre os estados.

Governador o senhor falou que a escolha será entre o bom e o ótimo. Como o senhor acha que vai ser no ano que vem? A escolha vai ser pelo bom ou pelo ótimo?

Só o povo é que pode dizer. Eu não vou decidir pelo povo quem será o ótimo e quem será o bom. Apenas mencionei uma frase de Juscelino que realmente nunca me saiu da cabeça. E na vida pública, às vezes você tem que achar que o bom é bom e não querer um ótimo que não vem.

Aécio Neves

Prévias ou há possibilidade de não existir prévias?

Em primeiro lugar quero dizer que, para mim, na política, muitas vezes os gestos falam mais do que as palavras. Estamos aqui hoje juntos mais uma vez em uma ação administrativa dentre tantas outras que desenvolvemos juntos, São Paulo e Minas Gerais. O governador Serra aqui enfatizou algo extremamente importante. Minas e São Paulo, São Paulo e Minas são absolutamente decisivos para implementação de qualquer projeto de desenvolvimento no país. As nossas experiências de governo, elas nos tem permitido compreender com enorme profundidade quais os desafios que temos pela frente. Por isso mesmo nos copiamos, no bom sentido. Bons exemplos da administração de São Paulo hoje acontecem em Minas Gerais, são seguidas em Minas Gerais, da mesma forma iniciativas nossas em Minas têm eco aqui em São Paulo.

Estamos, na verdade, rompendo as fronteiras formais da administração, no campo tributário e no campo político. Acho que esse simbolismo, de uma Casa de Minas pode nos inspirar ainda a outras caminhadas. Não tenho dúvidas em dizer que hoje é um ato formal, um ato oficial de governo, mas que conversamos sim política, conversamos sempre com o presidente Fernando Henrique, está aqui o prefeito Gilberto Kassab. É natural que além das nossas responsabilidades administrativas, tenhamos também responsabilidades políticas para com o Brasil. E vamos continuar conversando.

A única coisa que posso garantir a vocês, não sei por qual instrumento – ainda continuo achando as prévias um instrumento importante e de mobilização partidária –, mas o que eu posso garantir a vocês aqui, na esquina da Rua Minas Gerais com Avenida Paulista, é que São Paulo e Minas, o governador José Serra e eu estaremos juntos, independente de que posição porque temos uma afinidade muito grande, uma identidade muito grande em relação ao que achamos importante acontecer no Brasil. Uma gestão pública de maior qualidade, uma refundação, quem sabe, da federação para não permitirmos que o Brasil se transforme em um estado unitário, que é o que estamos vendo acontecer a cada dia hoje com essa volúpia arrecadadora do Governo Federal, essa concentração permanente e crescente dos tributos nas mãos do Governo Federal.

Temos agora uma ação política conjunta extremamente importante, não para os governadores de São Paulo e Minas Gerais, mas para o Brasil, para o setor exportador em especial, que é a garantia dos recursos que venham minimizar, pelo menos, as perdas dos estados exportadores. Infelizmente o Governo Federal, na sua proposta orçamentária, virou as costas não para os estados exportadores, mas para o setor exportador brasileiro, grande empregador, gerador de renda e de receita. Enfim, vamos estar trabalhando juntos pelo Brasil e certamente em 2010 vamos estar juntos. Em que posição, o tempo vai dizer.

Sobre uma chapa puro sangue, o senhor já disse que acha que é um desperdício por que acaba queimando a possibilidade de fechar aliança. Aqui está o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que defende isso. O senhor mantém essa opinião?

José Serra

Olha aqui, o PSDB não tem a pretensão de ter sangue puro, mais puro que os outros. Porque o sangue já tem uma conotação arrogante tipo: 'o sangue é melhor do que o do DEM, ou o sangue dos outros'.

Temos todos sangue parecido.

Aécio Neves

Nosso sangue é mestiço. Olha, o tempo é que vai dizer. Mas a minha posição é claramente ela. Acho que temos um quadro partidário extremamente plural no Brasil. É natural que as alianças entre partidos se irradiem ou se reflitam também na composição de chapa.

Nós não estamos – por mais que vocês não acreditem –, não estamos ainda preocupados com isso. Vamos continuar viajando pelo país, temos agenda na próxima semana em alguns outros estados e eu continuarei discutindo aquilo que penso ser importante para o Brasil. E no momento certo, o PSDB vai chegar maduramente à sua decisão. Pode ser prévia, pode ser uma ampla consulta às bases do partido, pode ser qualquer outro instrumento. Vamos decidir qual é aquele que reflita melhor o sentimento do partido. E se a decisão do PSDB – qualquer que seja a instância decidida pelo partido – for em torno do governador de São Paulo, José Serra, serei o primeiro a levantar a sua mão e me colocar à sua disposição para com ele percorrer o Brasil.

José Serra

Aspas em tudo que o governador disse, com uma diferença: se for o Aécio, serei o primeiro a lhe levantar as mãos e estar nas ruas fazendo sua campanha.

Os senhores aceitariam ser vice um do outro?

Acho que essas questões não estão - vocês não acreditam -, mas essas questões não estão postas. É verdade. Nós nunca conversamos sobre isso.

Mas o PT está preocupado.

Tá bom. Isso é problema do PT, mas nós nunca conversamos sobre isso.

Governador José Serra, qual a posição do senhor em relação às prévias?

Pode ser um instrumento. Pode ser prévia. É exatamente isso que eu acho, é um instrumento como há outros também.


Agência Minas


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