Produtor economizou R$ 500 na área onde foi aplicado o adubo ecológico
Depois de muitos anos, o produtor Waldir de Ávila Morais, do município de Piedade dos Gerais, região Central do Estado, decidiu substituir o adubo químico utilizado na plantação de inhame por um biofertilizante. A escolha ocorreu após sua participação em um curso da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Durante a capacitação, o agricultor aprendeu a fazer um biofertilizante líquido.
A aplicação do produto foi feita na safra 2011/2012 e os resultados agradaram o produtor. Waldir cultiva cerca de 2 hectares de inhame. Para fazer uma comparação, ele dividiu a lavoura em duas, usando adubo químico em metade da área e biofertilizante na outra. "A diferença é grande. Na parte em que usei o biofertilizante, o inhame se desenvolveu bem mais", diz o produtor.
A lavoura foi plantada em julho de 2011 e a colheita acontece em julho deste ano. Morais espera colher cerca de 60 toneladas. Segundo ele, 35 toneladas desse total serão produzidas na parte da lavoura que recebeu o biofertilizante. Se a previsão for confirmada, a safra atual será melhor do que a anterior, quando a produção de inhame da propriedade foi de 30 toneladas em área de 1,5 hectare.
O produtor diz ainda que conseguiu reduzir muito as despesas. Na área em que foi aplicado o adubo químico, Waldir Morais gastou R$ 650. Já o custo do hectare que recebeu biofertilizante foi de R$ 150. "Eu paguei apenas a mão de obra para aplicar o adubo. A matéria-prima para fabricar o produto eu consegui na minha propriedade".
O curso sobre biofertilizante aconteceu em setembro de 2011, promovido com recursos do Minas Sem Fome, programa do governo estadual, e executado pela Emater. O adubo é feito com esterco fresco de bovino, água e cinzas de madeira e leva 30 dias para ficar pronto. Para preparar 200 litros, são necessários 100 litros de esterco, 80 litros de água e 200 gramas de cinzas.
Na bomba plástica usada para preparar o biofertilizante, deve-se fazer uma pequena perfuração ao lado da tampa. Pegue uma mangueira fina, introduza uma das pontas no local (cerca de 5cm dentro do recipiente) e coloque a outra ponta numa vasilha com água, o que evita a entrada de oxigênio.
Segundo o extensionista do escritório local da Emater, Bruno Brandão, um ponto importante desse biofertilizante é a fermentação. "O processo de fermentação é anaeróbico, ou seja, sem oxigênio, o que faz com que sua preparação seja mais prática. A aplicação também é mais rápida e eficaz", explica.
O biofertilizante pode ser aplicado na base da planta ou, caso seja mais diluído, pulverizado. De acordo com Bruno Brandão, o produto é indicado para tubérculos, hortaliças, grãos e frutas.
O extensionista explica também que a fabricação e utilização do biofertilizante seguem os princípios agroecológicos, favorecendo a preservação ambiental e a produção de alimentos mais saudáveis. "Essa prática busca a sustentabilidade das atividades agrícolas. Ela proporciona mais eficiência produtiva, reduz custos e contribui para a preservação ambiental", diz Brandão.
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