O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou, nesta quarta-feira, a pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável de 2010, que aponta a ampla cobertura de vacinação para doenças como poliomielite e tuberculose. Minas Gerais conseguiu imunizar 91,41% da população alvo das vacinas BCG (tuberculose), Hepatite B, contra Febre Amarela, Tetravalente (difteria, tétano, coqueluche e meningite) e a Tríplice Viral (sarampo, rubéola e caxumba). A média supera o índice nacional, que é de 90,02%. A informação é da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) que já investiu R$ 34,1 milhões em imunização em Minas nos últimos três anos.
Segundo a coordenadora de imunização da SES-MG, Tânia Brant, entre os programas para a redução da incidência de doenças transmissíveis, destaca-se a manutenção da erradicação de transmissão da poliomielite e do sarampo. A coordenadora ressalta, também, a importância da redução da incidência do tétano neonatal a níveis abaixo do parâmetro da Organização Mundial de Saúde (OMS). "Também foram obtidos resultados significativos na redução da incidência da difteria, coqueluche, rubéola, casos de hanseníase e raiva humana transmitida por animais domésticos. Nessas ações é importante acrescentar os bloqueios de febre amarela, impedindo a sua urbanização e o controle da transmissão vetorial da doença de Chagas, de grande significado epidemiológico no nosso Estado", afirma.
A redução da rubéola, por exemplo, espelha o trabalho do Estado no âmbito das doenças transmissíveis. Em 2008, Minas realizou campanha de vacinação para homens e mulheres, de 12 a 39 anos, contra a enfermidade, com o objetivo de eliminar a Síndrome da Rubéola Congênita (infecção do feto pelo vírus da rubéola). Alcançou 99,56% do público alvo, com um total de 9.273.363 vacinadas na faixa etária.
Exemplo mais recente, a chamada 'gripe suína' (H1N1), também superou a meta geral de vacinação. Em 2010 foi realizada, em todo o País, a "Estratégia de Vacinação contra a Influenza Pandêmica A H1N1" no período de março a julho, quando foram vacinadas no Estado 3.580.999 pessoas entre trabalhadores de saúde, gestantes de 10 a 49 anos, portadores de doenças crônicas, crianças de 06 meses a 04 anos e jovens e adultos de 20 a 39 anos. A proposta do Ministério da Saúde era que 80% da população alvo fosse imunizada. Minas atingiu cobertura vacinal de 82%.
Números positivos
A coordenadora estadual de imunização ressalta também a redução da ocorrência de meningite. "No grupo das meningites bacterianas, predomina a meningite meningocócica cuja incidência está em declínio", informa. Minas foi o primeiro Estado a oferecer vacinação gratuita contra a doença para população menor de dois anos a partir de novembro de 2009, quando foram vacinadas 436.660 crianças, de uma população alvo de 517.334. Nenhum outro Estado brasileiro disponibiliza a vacina nos postos de saúde.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, no ano passado foram 162 registros da doença em Minas e neste ano, até o momento, foram apenas 50. A redução no Estado chega a 69,14% após a aplicação da vacinação gratuita para menores de dois anos.
Além disso, a Fundação Ezequiel Dias (Funed), por meio de transferência de tecnologia com o laboratório Novartis, será o primeiro laboratório público do País a produzir a vacina. A nova fábrica para produção do medicamento deverá ficar pronta em novembro deste ano. Para tanto foram investidos cerca de R$ 56 milhões.
Ainda entre os principais ganhos na área de imunização nos últimos anos, Tânia Brant destaca a redução da ocorrência de diarréia por rotavírus, após a implantação da vacina em 2006. Desde então foram aplicadas 997.544 doses da vacina, cobrindo mais de 90% da população alvo nos anos de 2007, 2008 e 2009.
Poliomielite
A poliomielite, que teve seu último caso registrado em Minas em 1987, é considerada erradicada no Estado. Este ano a campanha de vacinação contra a doença, em sua primeira fase, vacinou 92,11% da população alvo (toda criança menor que 05 anos). A segunda etapa, que teve início em 14 de agosto, alcançou, até o momento, cobertura de 89,83%. A expectativa é que, no total, 1,4 milhão de crianças no Estado sejam imunizadas, o que representa 95% de toda a população menor de cinco anos.
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