O 6º Clac - Congresso Latino-americano de Clusters apresentará um panorama das políticas e dos projetos de incentivo aos clusters ou arranjos produtivos locais (APLs), como são mais conhecidos no Brasil, em países como Espanha, Colômbia e Chile. No Brasil, os APLs ganharam espaço mais destacado nas agendas de governo nos últimos 10 anos. Mais recentemente, no Plano Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação 2007-2010 e na Política de Desenvolvimento Produtivo 2008-2013, entre outros.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) coordena o Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais, o GTP APL, integrado por 33 instituições públicas e privadas.
O braço mineiro do GTP APL é o Núcleo Gestor de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (NGAPL), formado por instituições do poder público e da iniciativa privada. O núcleo é responsável por propor diretrizes para a atuação coordenada do governo e de instituições públicas e privadas no incentivo aos APLs. Uma das iniciativas em andamento em Minas Gerais é o Programa de Apoio à Competitividade dos APLs, uma parceria entre o Governo do Estado, Sistema FIEMG/ IEL, Sebrae-MG, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com o apoio de entidades de governança locais.
Até 2012, o BID irá liberar R$ 16,7 milhões para ações de capacitação e assessoria empresarial, tecnologia e inovação, meio ambiente e desenvolvimento local, logística, comercialização, prospecção de mercado e exportações para sete APLs. O objetivo é aumentar a produtividade e a competitividade de empresas e de produtores rurais envolvidos nesses arranjos.
APLs beneficiados com recursos do BID
· Biotecnologia (saúde humana) – RMBH
· Calçados – Nova Serrana
· Calçados e bolsas – RMBH
· Eletroeletrônico – Santa Rita do Sapucaí
· Fundição – Cláudio, Divinópolis e Itaúna
· Fruticultura – Jaíba
· Móveis - Ubá
Panorama nacional
Levantamento feito pelo BNDES em 2010 aponta a existência de cerca de 1.500 APLs no Brasil, dos quais 138 em Minas Gerais. Esses números estão sendo ratificados pelos estados, segundo informações da Secretaria do Desenvolvimento da Produção do MDIC.
"O levantamento do BNDES inclui as aglomerações produtivas. O APL tem uma dinâmica de organização própria, por isto o NGAPL indicou 37 APLs em Minas Gerais", informa Philipe Scherrer Mendes, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico.
Esses 37 APLs do estado recebem algum tipo de apoio de instituições governamentais ou entidades empresariais. "É papel do Núcleo Gestor evitar a sobreposição de ações nesses arranjos", completa Scherrer.
Foco Competitivo
O Sebrae-MG desenvolve projetos em 48 APLs do estado, nos setores de indústria, agricultura e serviços (turismo e cultura). Em nove desses APLs, a instituição aplica metodologia própria de gestão e planejamento, chamada Foco Competitivo. Este modelo de organização estimula o crescimento e a sustentabilidade das empresas, fortalecendo uma postura gerencial estratégica e competitiva.
A experiência pioneira começou em 2008, em Nova Serrana, cidade do Oeste mineiro reconhecida como um dos maiores núcleos do setor calçadista do país, com produção anual estimada em 90 milhões de pares. Em 2009 e 2010 foram iniciados outros oito projetos.
Com o Foco Competitivo, o Sebrae, por meio da identificação de um modelo de negócio sustentável a médio e longo prazos, estimula a formação de redes envolvendo as micro e pequenas empresas, universidades, governo, entidades empresarias, instituições de fomento e de pesquisa. Os empresários são incentivados a trabalhar em conjunto para reduzir custos e riscos, ao mesmo tempo em que ampliam as chances de alcançar novos mercados.
Foco Competitivo – onde está
· Tecnologia da Informação (Uberlândia)
· Café (Zona da Mata)
· Moda Íntima (Juruaia)
· Turismo (Monte Verde)
· Frutas (Jaíba)
· Móveis (Ubá)
· Eletroeletrônicos (Santa Rica do Sapucaí)
· Turismo (Circuito das Águas)
· Calçados (Nova Serrana)
Denominações
Um APL se caracteriza por um número significativo de empreendimentos e de indivíduos que atuam em torno de uma atividade produtiva predominante, e que compartilhem formas percebidas de cooperação e algum mecanismo de governança, e pode incluir micro, pequenas, médias e grandes empresas.
O termo APL é difundido no Brasil, mas o fenômeno representado neste termo possui também as denominações: sistema produtivo local ou mesmo cluster.
Algumas variáveis que caracterizam um APL são:
· Concentração setorial de empreendimentos no território;
· Concentração de indivíduos ocupados em atividades produtivas;
· Cooperação entre os atores participantes do arranjo (empreendedores e demais participantes), em busca de maior competitividade;
· Existência de mecanismos de governança.
Agência Sebrae de Notícias
segunda-feira, 18 de abril de 2011
6º Clac discute políticas e estratégias de estímulo a arranjos produtivos locais
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