segunda-feira, 30 de novembro de 2009

MG fará os primeiros implantes cocleares pelo SUS

Quatro hospitais foram autorizados pelo Ministério da Saúde a realizar a cirurgia, que ajuda os surdos a recuperarem a audição. Investimento será de R$ 4,4 milhões ao ano
Quatro cidades de Minas Gerais começarão a fazer implante coclear pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Serão os primeiros municípios do estado a realizar a cirurgia na rede pública. O procedimento auxilia na recuperação da audição de pacientes com surdez por meio da implantação de uma prótese conhecida como ouvido biônico. O Ministério da Saúde repassará ao estado R$ 4,4 milhões por ano para o custeio desses novos serviços. A expectativa é que sejam feitas até 96 cirurgias por ano nos quatro hospitais. 
O implante coclear é um equipamento computadorizado colocado dentro da cóclea, na parte interna do ouvido. Ele capta os sons e os transforma em sinal elétrico, que é interpretado no cérebro como estímulo sonoro. Além do disposito, o equipamento é composto por um processador de fala que fica fora do ouvido. O funcionamento do implante coclear é diferente do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), uma vez que ele cria a possibilidade do usuário perceber o som em vez de simplesmente aumentá-lo. Ele deve ser utilizado por pacientes que obtêm pouco ou nenhum benefício com o AASI.
"Esse procedimento traz uma nova perspectiva de vida para os pacientes com deficiência auditiva. O equipamento permite que pessoas que nunca ouviram ou que deixaram de ouvir recuperem a audição", destaca a coordenadora de Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde, Maria Inez Gadelha. O implante coclear será realizado em quatro hospitais – em Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros e Governador Valadares (veja tabela). A portaria do Ministério da Saúde que habilita os novos serviços foi publicada no Diário Oficial esta semana.
SUPORTE - A cirurgia de implante coclear começou a ser feita pelo SUS em 2000. Atualmente, 11 unidades em todo o país têm capacidade para realizar o procedimento. No ano passado, foram feitos 417 implantes na rede pública. São mais de 2.000 cirurgias desde a primeira até setembro deste ano. O Ministério da Saúde repassa R$ 91,6 mil para o atendimento de cada paciente. Além do custeio da cirurgia, o valor inclui o preparo do paciente (com testes de próteses auditivas e avaliação fonoaudiológica) e a sua reabilitação.
"Não é um processo tão simples, o paciente precisa recuperar ou adquirir memória auditiva. Isso exige estrutura física, equipamentos e recursos humanos adequados ao atendimento", explica Maria Inez Gadelha. As unidades habilitadas pelo Ministério da Saúde devem cumprir uma série de requisitos que garantem o acompanhamento do paciente durante todo o processo, desde o preparo para a cirurgia até a reabilitação.
HOSPITAIS HABILITADOS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE
Cidade
Unidade de Saúde
Belo Horizonte
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
Governador Valadares
Hospital Samaritano
Juiz de Fora
Hospital Maria José Baeta Reis
Montes Claros
Hospital Dilson de Quadros Godinho
  
Agência Saúde

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