Quatro hospitais foram autorizados pelo Ministério da Saúde a realizar a cirurgia, que ajuda os surdos a recuperarem a audição. Investimento será de R$ 4,4 milhões ao ano
Quatro cidades de Minas Gerais começarão a fazer implante coclear pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Serão os primeiros municípios do estado a realizar a cirurgia na rede pública. O procedimento auxilia na recuperação da audição de pacientes com surdez por meio da implantação de uma prótese conhecida como ouvido biônico. O Ministério da Saúde repassará ao estado R$ 4,4 milhões por ano para o custeio desses novos serviços. A expectativa é que sejam feitas até 96 cirurgias por ano nos quatro hospitais.
O implante coclear é um equipamento computadorizado colocado dentro da cóclea, na parte interna do ouvido. Ele capta os sons e os transforma em sinal elétrico, que é interpretado no cérebro como estímulo sonoro. Além do disposito, o equipamento é composto por um processador de fala que fica fora do ouvido. O funcionamento do implante coclear é diferente do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), uma vez que ele cria a possibilidade do usuário perceber o som em vez de simplesmente aumentá-lo. Ele deve ser utilizado por pacientes que obtêm pouco ou nenhum benefício com o AASI.
"Esse procedimento traz uma nova perspectiva de vida para os pacientes com deficiência auditiva. O equipamento permite que pessoas que nunca ouviram ou que deixaram de ouvir recuperem a audição", destaca a coordenadora de Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde, Maria Inez Gadelha. O implante coclear será realizado em quatro hospitais – em Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros e Governador Valadares (veja tabela). A portaria do Ministério da Saúde que habilita os novos serviços foi publicada no Diário Oficial esta semana.
SUPORTE - A cirurgia de implante coclear começou a ser feita pelo SUS em 2000. Atualmente, 11 unidades em todo o país têm capacidade para realizar o procedimento. No ano passado, foram feitos 417 implantes na rede pública. São mais de 2.000 cirurgias desde a primeira até setembro deste ano. O Ministério da Saúde repassa R$ 91,6 mil para o atendimento de cada paciente. Além do custeio da cirurgia, o valor inclui o preparo do paciente (com testes de próteses auditivas e avaliação fonoaudiológica) e a sua reabilitação.
"Não é um processo tão simples, o paciente precisa recuperar ou adquirir memória auditiva. Isso exige estrutura física, equipamentos e recursos humanos adequados ao atendimento", explica Maria Inez Gadelha. As unidades habilitadas pelo Ministério da Saúde devem cumprir uma série de requisitos que garantem o acompanhamento do paciente durante todo o processo, desde o preparo para a cirurgia até a reabilitação.
HOSPITAIS HABILITADOS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE
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Cidade
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Unidade de Saúde
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Belo Horizonte
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Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
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Governador Valadares
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Hospital Samaritano
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Juiz de Fora
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Hospital Maria José Baeta Reis
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Montes Claros
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Hospital Dilson de Quadros Godinho
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Agência Saúde