O Centro de Estudos em Políticas Públicas (CEPP) e o Centro de Estatística e Informações (CEI) da Fundação João Pinheiro (FJP) iniciam na próxima semana, a Pesquisa por Amostra de Domicílios de Minas Gerais (PAD/MG). Prevista para durar três meses (junho a agosto de 2009), a PAD/MG é um levantamento socioeconômico baseado em amostra de 18 mil domicílios distribuídos por todo o Estado, em 1.200 setores censitários de áreas urbanas e rurais de 308 municípios.
Motivada pelas demandas advindas do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI) e do modelo de gestão "Estado para Resultados", a pesquisa tem como objetivo gerar indicadores que subsidiem o monitoramento e a avaliação de políticas públicas em Minas Gerais. A PAD/MG irá coletar anualmente informações sobre saúde, educação, trabalho, assistência social, renda e benefícios, gastos (coletivos, de alimentos e individuais) e juventude, além das características dos domicílios e dos indivíduos. "Em Minas Gerais a realidade da região Sul é bem distinta da realidade do Norte ou do Triângulo. Com a PAD/MG poderemos conhecer as condições demográficas, sociais, educacionais, de saúde dos moradores do Norte e do Sul de Minas Gerais, e ainda comparar com a realidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e assim por diante", explicou a coordenadora do projeto e pesquisadora da Fundação João Pinheiro, Nicia Raies.
As informações obtidas serão analisadas e divulgadas em forma de relatórios e estudos dos diversos temas cobertos pela pesquisa. "Vamos produzir uma gama de informações inéditas sobre a população de Minas Gerais e alguns relatórios sobre temas específicos", observou Raies.
Avanços
Um dos diferenciais da PAD/MG é sua representatividade, com significância estatística para as diversas regiões do Estado. Os municípios selecionados para compor a amostra foram agrupados em dez regiões (Noroeste de Minas; Norte; Rio Doce; Zona da Mata; Sul; Triângulo; Alto Paranaíba; Centro-Oeste; Jequitinhonha/Mucuri; e Central). No total, estarão em campo 11 equipes de 12 recenseadores cada.
A PAD/MG também irá se diferenciar pelo uso da tecnologia Ultra Móbile PC para a captação das informações, o que irá conferir agilidade na coleta e processamento dos dados e melhoria na qualidade das informações obtidas.
Importância estratégica
A PAD/MG preencherá graves lacunas existentes nas pesquisas e indicadores atualmente disponíveis, que somente fornecem dados gerais do Estado ou para a Região Metropolitana de Belo Horizonte. "Por meio dessa pesquisa teremos informações para as Mesorregiões do Estado ou para as Regiões de Planejamento. Em Minas não existe nenhuma pesquisa domiciliar com essa característica. Temos os dados do Censo, realizado de dez em dez anos, e as outras pesquisas só nos dão informações para o Estado como um todo ou para a RMBH", afirmou Raies. "A desagregação territorial proposta para a PAD-MG permite ações de planejamento mais consistentes e, principalmente, a apuração de resultados finalísticos regionalizados", completou.
Outro importante objetivo da PAD é reduzir a defasagem existente entre as datas de realização do levantamento de campo e de disponibilização dos resultados. O estudo também irá apurar novos indicadores e refinar dados já disponíveis. "Saber as condições de saúde da população de determinada região em comparação com outras regiões do Estado colabora muito para que as políticas públicas sejam desenhadas e implementadas de forma mais acurada. Assim, têm-se mais chances de êxito. O mesmo serve para a população que, conhecendo a si mesma, e conhecendo melhor sua realidade, tem mais chances de promover mudanças em sua vida cotidiana", avaliou a coordenadora da nova pesquisa da FJP.
Agência Minas
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