segunda-feira, 8 de julho de 2013

Ações do Governo do Estado elevam o grau de escolaridade das mulheres mineiras

Divulgação | SETE
Pesquisa da FJP aponta que o gênero feminino estuda mais que o masculino; iniciativas governamentais incentivam a inclusão da mulher no ambiente escolar

A Pesquisa por Amostra de Domicílios (PAD-MG) 2011 - Mercado de trabalho e gênero, divulgada na última quinta-feira (4) pela Fundação João Pinheiro (FJP), revela que em Minas Gerais o grau de escolaridade das mulheres é superior ao dos homens - 7,1 contra 6,7 anos de estudo, respectivamente. Vários fatores explicam a maior frequência do gênero feminino no ambiente escolar. Entre eles estão as políticas públicas do Governo de Minas que estimulam a presença das mulheres nas salas de aula.

O projeto “Com licença, vou à luta”, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), é um exemplo. A iniciativa promove o autoconhecimento, a autonomia e a cidadania das mulheres que se encontram na faixa etária dos 40 anos, por meio da elevação da escolaridade e da qualificação profissional, para que elas adquiram uma melhor condição de vida. “Um dos eixos para trabalhar a inclusão da mulher é a escolaridade. Muitas delas pararam de estudar ou nunca foram à escola. Por isso, a luta não é só na perspectiva do trabalho, mas também da escolaridade. Durante um ano, incentivamos e acompanhamos o retorno delas à escola, muitas vezes para serem alfabetizadas”, enfatiza a subsecretária de Projetos Especiais de Promoção Social da Sedese, Roberta Albanita.

Das mais de 1.400 mulheres inscritas no projeto, 906 concluíram as atividades e 553 foram encaminhadas para ações que buscam elevar a escolaridade, como a aluna Maria das Dores Rodrigues da Silva, 51 anos, moradora da zona rural de Santo Antônio do Itambé, região Central de Minas. Maria das Dores diz que não vê a hora de aprender a ler e escrever. “Além de nos ensinar uma profissão, para que possamos tentar trabalhar fora, o curso também irá me ajudar na alfabetização. Infelizmente, quando era mais jovem, não tive oportunidade de estudar”, conta a moradora.

Atualmente, o projeto abrange 22 municípios mineiros, onde são oferecidos cursos de capacitação de acordo com a realidade socioeconômica de cada região. O projeto também prevê que as participantes sejam encaminhadas ao mercado de trabalho por meio de parcerias com empresas, associações e órgãos públicos. Inclusive, nos municípios de Campo Azul, Ibituruna, Janaúba, Manga, Pirapora, Presidente Juscelino, Gameleiras e Verdelândia há registros de mulheres que conseguiram gerar renda a partir da qualificação.

Educação como moeda de troca 
Valorizar o desenvolvimento escolar como ferramenta de mobilidade social também é a ideia do projeto Banco Travessia. As famílias, inclusive as mulheres, que apresentam ao menos uma grave privação educacional, identificadas pelo Porta a Porta, recebem incentivo financeiro para continuar e concluir os estudos. A família ganha uma conta no Banco Travessia e, quanto mais as pessoas estudarem e se qualificarem, mais moedas travessias elas somarão à poupança. No final do prazo, de dois a três anos, acordado entre o banco e os beneficiados, o valor é convertido em moeda corrente. A família pode sacar até R$ 5 mil. “A perspectiva é o incentivo financeiro para que a pessoa estude. É um importante desafio trabalhar com a questão do gênero, com mulheres que têm todas as vulnerabilidades explicitadas, trazendo-as para a perspectiva da inclusão”, destaca Roberta Albanita. O programa atende 6.661 famílias em 40 cidades mineiras.

Após 28 anos longe das salas de aula, a dona de casa Veronisse Maria Ferreira, 45 anos, retomou os estudos em Matutina, no Alto Paranaíba, com o incentivo do Banco Travessia. “Eu queria mesmo voltar a estudar, porque parei na 5ª série do ensino fundamental e isso me impediu de fazer um curso e conseguir um bom emprego. Vou usar o dinheiro para pagar cursos para os meus filhos e, talvez, fazer o curso de enfermagem que eu sempre quis”, planeja a dona de casa. O projeto integra o Programa Travessia, formado por um conjunto de ações integradas do Governo de Minas que tem a meta de melhorar as condições de vida da população em condição de vulnerabilidade social.

Escolaridade garante a empregabilidade 
Ainda segundo a PAD-MG da FJP, a taxa de atividade de ambos os sexos aumenta com a escolaridade, sobretudo na população feminina. Entre as mulheres sem instrução, apenas 12,5% encontram-se na força de trabalho. Na outra ponta, entre as mulheres com curso superior completo, 75% delas encontram-se empregadas e representam mais da metade da força de trabalho (59,1%). “A escolaridade da população deve ser levada em consideração ao analisarmos as diferenças entre os sexos nas atividades produtivas. O nível de instrução garante a obtenção de emprego e os melhores salários”, analisa a pesquisadora do Centro de Estatística e Informações (CEI) da FJP, Juliana Riani.

Depois de ficar 20 anos sem estudar, a plantonista do Hospital Maria Amélia Lins, da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), Juliana Lopes da Silva, 40 anos, ingressou e concluiu o ensino médio. “O estudo me ajudou muito, aprendi bastante e entendi como várias coisas funcionam. Ter estudado novamente me valorizou muito profissionalmente”, conta Juliana Lopes. O estudo também ajudou a coordenadora comercial de uma corretora de seguros, Mikaelle Aparecida de Andrade Almeida, 24 anos, a conquistar seu espaço no mercado de trabalho. “Antes de ingressar na universidade, ainda não trabalhava, não tinha conhecimento. Assim que entrei na faculdade, em 2007, já consegui um emprego e, agora, estou procurando um curso de pós-graduação focado em minha área e até mesmo penso no mestrado”, vislumbra Juliana, graduada em Administração de Empresas.

Um passo à frente, a jornalista Miliane de Souza, 30 anos, concluiu a pós-graduação em Gestão Estratégica das Informações em 2007. “Atualmente, trabalho como assessora de comunicação. A experiência na pós-graduação foi positiva, foi uma boa troca de experiência com profissionais da área, com muita aprendizagem. Faz a diferença ter o ensino superior, bem como é um diferencial ter outras especializações”, acredita Miliane.

via Agência Minas

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