Cedec já doou 2.850 kits de higiene pessoal e 830 de limpeza desde outubro. Esforços incluem alertas meteorológicos, ajuda humanitária e integração | Lúcia Sebe/Arquivo-Secom MG |
Desde outubro do ano passado, a Cedec-MG doou 70,5 toneladas de alimentos, 4.090 colchões, 2.620 cobertores, 9.160 telhas, 2.850 kits de produtos de higiene pessoal e 830 Kits de limpeza, além de 87 rolos de lonas e 160 sacos com roupas.
Atualmente há 13 depósitos avançados – estruturados para armazenar mantimentos e demais doações – espalhados por todas as regiões de Minas. Outros três estão sendo construídos, em Pouso Alegre (Sul), Ubá (Zona da Mata) e Montes Claros (Norte).
A Cedec-MG também está de prontidão para deslocar equipes de complementação aos primeiros atendimentos realizados pelos municípios - Equipes de Apoio à Resposta. Em caso de necessidade, os municípios são apoiados ainda com material de assistência humanitária.
Até o momento, 21 equipes de transporte de ajuda humanitária foram deslocadas para o abastecimento dos depósitos avançados no interior. Outras 17 equipes de prevenção e resposta a desastres foram deslocadas para municípios mineiros de diversas regiões. Nesta segunda-feira (02), equipes foram deslocadas para a Zona da Mata, região leste e Campos das Vertentes.
Emergência
Desde o ínicio do período chuvoso em outubro, 102 municípios mineiros foram afetados por inundações, enxurradas, vendavais ou deslizamentos de encostas. Destes, 46 decretaram situação de emergência: Mathias Lobato, Espera Feliz, São Sebastião da Vargem Alegre, Vieiras, Dom Joaquim, Leopoldina, Itamarandiba, São Domingos do Prata, Faria Lemos, Alpercata, Abre Campo, Ponte Nova, Formiga, Buritizeiro, Jacinto, Itumirim, Mariana, Acaiaca, Barra Longa, Florestal, Belo Horizonte, Joanésia, Paulistas, Santa Rita de Jacutinga, Pará de Minas, Braúnas, Setubinha, São João do Oriente, Raposos, Vespasiano, Conceição dó Pará, Alagoa, Claro dos Poções, Alvinópolis, Timóteo, São João da Mata, João Monlevade, Lima Duarte, João Pinheiro, Juatuba, Passabem, São Sebastião do Rio Preto, Poço Fundo, Brasília de Minas, Ibirité e São João Evangelista.
Desde outubro até esta segunda-feira (02), foram registrados quatro óbitos no Estado, em decorrência das chuvas. Uma pessoa está desaparecida. O número de feridos já soma 32. Os desabrigados chegaram a 404 e os desalojados a 9.365. Casas danificadas somam 2.420 e residências destruídas, 84 até agora.
De acordo com a Cedec-MG, foram encaminhados neste período chuvoso 12 avisos meteorológicos para todas as regiões do Estado. Os envios são feitos via e-mail e mensagem para celulares cadastrados dos prefeitos, coordenadores municipais de defesa civil, integrantes da Polícia Militar, Bombeiros Militares dos municípios, além de órgãos de imprensa.
As informações são disponibilizados também no site da Cedec-MG e na intranet da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar. A fonte dos avisos meteorológicos é o Instituto Minas Tempo.
Parcerias
A Cedec-MG coordena reuniões quinzenais, com participação de órgãos públicos e privados, com objetivo de delimitar ações de preparação e resposta no tocante aos eventos adversos causados pelas chuvas. Com o apoio da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), a Cedec-MG monitora as barragens em risco no Estado e faz vistorias utilizando equipes multidisciplinares, conforme as demandas. Além disso, foram intensificadas as ações de vigilância em saúde, com ênfase na dengue.
A Cedec-MG mantém, ainda, outro projeto inovador, que é o "Defesa Civil nas Escolas". Desde novembro de 2011, 2.840 crianças e adolescentes de 8 a 18 anos, alunos de escolas situadas em áreas de risco em Belo Horizonte, Nova Lima, Contagem, Betim, Santa Luzia, Raposos e Caeté, receberam treinamento básico de capacitação em ações de defesa civil.
Foram feitas parcerias com empresas privadas e com a Cemig e a Copasa, que passaram a inserir mensagens educativas sobre Defesa Civil nas contas enviadas à população. Além disso, a Cedec-MG assinou um termo de cooperação técnica com a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra), que vai disponibilizar voluntários para a atuação em todo o Estado nas ações de defesa civil. Já foram capacitados, até o momento, mais de 400 voluntários da organização não governamental.
Com o apoio do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), foi realizado um curso de capacitação para vistorias em barragens de mineração ou abandonadas. Com a Cemig, foi realizado um curso de capacitação para vistorias de barragens e operação de reservatórios de usinas hidrelétricas. Essas iniciativas levaram à redução no tempo de recebimento de informações qualificadas, que permitem a tomada de decisões das autoridades através da descentralização das ações.
Em razão das características do relevo do Estado, há demandas historicamente altas para realização de vistorias em barragens sob risco de rompimento. Para aumentar a capacidade de resposta estadual, a Cedec-MG promoveu a capacitação de 163 servidores, entre agentes de defesa civil, policiais e bombeiros militares.
Para integrar as ações junto aos municípios mineiros, a Diretoria de Ensino em Defesa Civil realizou, no ano passado, 34 cursos para 1.147 alunos de 241 municípios.
Plano de emergência 2011/2012
Lançado em outubro de 2011, o Plano de Emergências Pluviométricas (PEP) 2011/2012 leva em conta o histórico dos períodos chuvosos de anos anteriores, contendo o detalhamento sobre os recursos humanos e logísticos da Cedec-MG.
Segundo o plano, as prefeituras de municípios afetados recebem auxílio técnico para produzir a documentação necessária para a comunicação oficial de ocorrências em tempo hábil, tanto na esfera estadual quanto na federal.
Os municípios contam com o apoio permanente da Cedec-MG. Em 2004, dos 853 municípios mineiros, apenas 374 possuíam Coordenadorias Municipais. Atualmente, o Estado possui 696, um aumento de 86%. Além dos cursos para agentes municipais, a Cedec-MG disponibiliza suporte técnico às Comdecs.
Belo Horizonte
De acordo com o Instituto Minas Tempo, a média histórica de chuva em dezembro na cidade de Belo Horizonte é de 319 mm. Em 2011, o índice registrado foi de 792,6 mm, o maior já registrado desde 1910, quando as medições foram iniciadas.
A capital mineira decretou Situação de Emergência no dia 16 dezembro de 2011 e os principais registros foram alagamentos em ruas e avenidas, comprometendo o tráfego e a segurança das pessoas.
Na madrugada desta segunda-feira, devido às intensas chuvas e em consequência do desabamento de uma edificação de dois pavimentos, foi registrada a primeira morte do ano na cidade. A precipitação observada nos dois primeiros dias deste ano, em Belo Horizonte, é de 148 mm, o equivalente a 50% do valor esperado para o mês de janeiro.
via Agência Minas
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