segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Obras do Vila Viva transformam uma das favelas mais antigas de BH

Urbanização na Pedreira Prado Lopes inclui construção de apartamentos, melhorias nos

sistemas viário e de saneamento, além de maior segurança para os moradores 

 

Aos poucos, a Pedreira Prado Lopes, uma das favelas mais antigas da Capital mineira, começa a ganhar nova fisionomia com as obras de urbanização do programa Vila Viva, desenvolvido pela Prefeitura e gerenciado pela Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel). Em vários locais, onde antes existia um emaranhado de becos e barracos, agora se avistam canteiros de obras e espaços abertos para a abertura de ruas, implantação de praça e área de lazer, além da construção de unidades habitacionais.

 

Até sua conclusão, prevista para o final de 2011, o programa deve edificar 354 apartamentos para o reassentamento de parte das famílias removidas. Em dezembro de 2008, foram entregues 32 apartamentos do Residencial Pedro Lessa, construído com recursos do Orçamento Geral da União. Em março, outros dois prédios com 16 apartamentos cada, no bairro Santo André, também deverão ser entregues. Além disso, 80 apartamentos se encontram em fase de construção.

 

De acordo com o engenheiro da Urbel, Alexandre Lopes Vieira, coordenador urbanístico e ambiental do Vila Viva/Pedreira Prado Lopes, até agora foram removidas 394 famílias do total de 646 previstas. Ele acrescentou ainda que, nos próximos meses, será iniciada a urbanização de mais 15 novos becos.

Na parte alta da Pedreira, nas proximidades da rua Serra Negra, as mudanças são nítidas. Mais de 260 famílias, que ali viviam em situação precária e insalubre, foram removidas e as moradias demolidas. No local serão edificados 232 apartamentos, dos quais 64 já estão em obras, construída a Praça Santa Cruz e uma área de lazer. Máquinas também trabalham na abertura dos antigos becos Roseiral e José Laerte, que vão virar ruas.

 

Urbanização e vida digna

A reestruturação do sistema viário é um aspecto importante das intervenções. Na parte baixa da Pedreira dezenas de famílias foram removidas dos becos José Bonifácio e Rodrigues Alves. Eles serão transformados em ruas, permitindo a interligação de vias importantes como as ruas Carmo do Rio Claro e Pedro Lessa e avenida José Bonifácio. As intervenções vão melhorar o acesso para a população e facilitar a oferta de serviços essenciais, como ambulância, caminhão de lixo, viatura policial e táxi.

 

A melhoria do sistema de saneamento acompanha estas obras. De acordo com Alexandre Vieira, já foram implantados 286 metros de rede de água, 235 metros de rede esgoto e 156 metros de drenagem pluvial. Além da erradicação quase completa das situações de risco de deslizamento de encosta.

 

Segundo o diretor presidente da Urbel, Claudius Vinicius Leite Pereira, as obras de urbanização da Pedreira Prado Lopes são um sonho antigo da comunidade, para melhorar as condições de moradia, de saúde e de segurança dos moradores. De acordo com ele, isso está sendo possível graças aos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em uma parceria entre município e União. "A meta da administração municipal é ampliar o atendimento do Vila Viva para 35% da população das vilas", assinalou.

 

73% dos operários moram na comunidade

As obras do Vila Viva na Pedreira Prado Lopes empregam 157 operários. Destes, 114 deles são moradores da comunidade. Um exemplo é o do servente Elias Pereira da Silva, de 24 anos, que além de trabalhar na construção dos 64 apartamentos do Residencial Serra Negra, vai morar em um deles.

 

Elias nasceu e foi criado na Pedreira. Morava com a mulher e o filho em um dos três pavimentos da casa dos pais, no Beco Carolina. Teve que mudar em agosto do ano passado. A casa foi demolida e, até ser reassentado no apartamento, vai morar de aluguel pago pelo programa Bolsa Moradia. "O morro melhorou, tem mais emprego e renda para as pessoas", disse ele, que há um ano e meio trabalha nas obras.

 

Uma das diretrizes do Vila Viva é aproveitar, o máximo possível, mão de obra da própria comunidade nas intervenções de urbanização. Em outros locais onde o programa atua – aglomerados da Serra e Morro das Pedras e na Vila São José, por exemplo – foram organizados cursos de qualificação profissional, além de iniciativas para geração de renda e trabalho.

 

Karina Motta / FSB
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