quinta-feira, 16 de julho de 2009

SES atualiza medidas para controle da Influenza A em Minas

BELO HORIZONTE (16/07/09) – Minas Gerais até o momento não tem casos de transmissão sustentada em seu território. Mesmo assim, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) está adotando as recomendações do Ministério da Saúde no enfrentamento e controle da Influenza A (H1N1) no Estado. As medidas foram aprovadas pelo Comitê Estadual de Enfrentamento da doença, em consonância com as orientações do Ministério e da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Durante todo o período de enfrentamento da nova pandemia no Brasil, o Ministério da Saúde vem realizando mudanças frequentes em suas orientações, sendo a última delas publicada no dia 8 de julho de 2009. Essa nova publicação traz mudanças radicais colocando como ênfase a vigilância de influenza no país e não mais a vigilância da Influenza A (H1N1). Conforme consta no documento, o país vive uma situação de transição segundo os critérios da OMS. 

Em Minas Gerais, até o momento observa-se uma concentração do número de casos suspeitos e confirmados do novo vírus na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), principalmente no município de Belo Horizonte. Um grande número de casos confirmados foram relacionados a um surto ocorrido em um colégio da capital. A situação epidemiológica é diferente nos municípios do interior do Estado, uma vez que poucos deles possuem casos confirmados. 

Apesar de forte suspeita, não existem, até o momento, dados que confirmem a transmissão sustentada no Estado. Dessa forma, o Comitê Estadual decidiu por atuar temporariamente com uma estratégia de transição, adotando as novas condutas preconizadas pelo Ministério da Saúde, mas não abandonando a vigilância dos casos suspeitos com vínculo epidemiológico. 
Sendo assim, definiu-se as seguintes orientações para o enfrentamento no Estado: 

1. Definição de casos: 

• Caso de síndrome gripal: indivíduo com doença aguda (com duração máxima de 5 dias), apresentando febre (ainda que referida) acompanhada de tosse ou dor de garganta, na ausência de outros diagnósticos. 

• Caso suspeito de doença respiratória aguda grave: Indivíduo 

de qualquer idade com doença respiratória aguda caracterizada por febre elevada, acompanhada de tosse ou dor de garganta, acompanhado ou não de manifestações gastrointestinais, e dispnéia ou outro sinal de gravidade, por exemplo, ausculta compatível com pneumonia ou quadro clínico, laboratorial ou 
radiológico compatível com pneumonia. 

• Contato próximo de caso suspeito ou confirmado de doença respiratória aguda grave: pessoa que cuida, convive ou que teve contato direto ou indireto com secreções respiratórias de um caso suspeito ou confirmado, durante o período de transmissão da doença. 

• Surto de síndrome gripal: ocorrência de, pelo menos, 3 casos de síndrome gripal em ambientes fechados restritos, com intervalos de até 5 dias entre as datas de início de sintomas. São considerados exemplos de ambientes fechados/restritos: asilos e clínicas de repouso, creches, unidades prisionais ou correcionais, população albergada, dormitórios coletivos, bases militares, uma mesma unidade de produção de empresas ou indústrias, no mesmo setor de hospitais entre outros. 

2. Fluxos para a vigilância e assistência 

Situação 1: 

As pessoas com quadro de síndrome gripal e com vínculo epidemiológico, ou seja, com história de viagem a área afetada ou contato com caso suspeito ou confirmado de Influenza A (H1N1), deverão preferencialmente entrar em contato com o Call Center (0800.2832255) para orientação e encaminhamento ao serviço de referência. 

Situação 2: 

As pessoas com quadro de síndrome gripal e com vínculo epidemiológico que procurarem os serviços de saúde (unidades básicas de saúde, serviços de atendimentos de urgência e emergência, consultórios médicos, hospitais, entre outros), deverão ser encaminhadas ao serviço de referência. 

Situação 3: 

As pessoas com quadro de síndrome gripal e sem vínculo epidemiológico deverão procurar os serviços de saúde do seu município. 

Situação 4: 

As pessoas com quadro de síndrome gripal e sem vínculo epidemiológico que procurarem os serviços de saúde, mas que apresentarem fatores de risco (idade < 2 anos ou > 65 anos, gestação, uso de medicamentos imunossupressores, uso de corticóide por período prolongado, ou comorbidades, como diabetes mellitus e doença renal) ou critérios de gravidade (desidratação/vômitos/diarréia, confusão mental, freqüência respiratória > 30 rpm, Pressão Arterial diastólica < 60 mmHg ou Pressão Arterial sistólica < 90 mmHg, evidência clínica, laboratorial ou radiológica de pneumonia, entre outros), deverão ser encaminhadas aos serviços de referência. 

Situação 5: 

Na ocorrência de surtos em ambientes fechados restritos, os responsáveis deverão comunicar o fato à Vigilância Epidemiológica do município ou do Estado. 

3. Exames para confirmação 

Fundação Ezequiel Dias (Funed) foi autorizada a realizar os exames de confirmação para a Influenza A (H1N1) e está em fase de aquisição de kits para realização de 3.000 exames, com o empenho de iniciar o mais brevemente possível. 

Durante este período, o material coletado, segundo o fluxo estabelecido pelo protocolo do Ministério da Saúde, será encaminhado para a Fiocruz. 

Indicações para coleta de amostra para exame, segundo o protocolo do MS: 

• casos suspeitos de doença respiratória aguda grave 

• casos de síndrome gripal com fatores de risco (a critério médico) 

• nos surtos em ambientes fechados restritos (coleta de 3 amostras) 

Com o início da realização dos exames pela Funed, será também coletado material, por amostragem, em casos de síndrome gripal leve com vínculo epidemiológico atendidos nos serviços de referência, além de amostragem em unidades sentinela. Esta medida complementar definida pelo Comitê Estadual tem o objetivo de reforçar as medidas de vigilância epidemiológica e evidenciar precocemente o início de transmissão sustentada de influenza A (H1N1) em Minas Gerais. 

É importante salientar que o tratamento dos pacientes com síndrome gripal, seja leve ou grave, não depende do resultado do exame. 

4. Assistência 

A assistência foi organizada de acordo com os fluxos apresentados anteriormente. 

Sendo assim, foram definidos os seguintes serviços de referência: 

• Ambulatório São Vicente do Hospital das Clínicas da UFMG: responsável pelo atendimento dos moradores de Belo Horizonte (regiões Leste, Norte, Nordeste, Centro-Sul e Venda Nova). 

• Ambulatório do Hospital Eduardo de Menezes: responsável pelo atendimento dos moradores de Belo Horizonte (regiões Oeste, Noroeste, Pampulha e Barreiro) e dos municípios da Região Metropolitana. 

• Interior: estão sendo definidas equipes médicas e de enfermagem de referência para a avaliação inicial dos casos de síndrome gripal e acompanhamento conforme o protocolo. 

Hospitais de referência: 

• Belo Horizonte: HC e HEM 

• Região Metropolitana: HEM 

• Interior: sob orientação da SES, os hospitais que fazem parte do Pro-Hosp nas cidades sedes de macrorregião (Sul – Alfenas, Pouso Alegre, Poços de Caldas, Passos; Centro Sul – Barbacena; Jequitinhonha – Diamantina; Oeste – Divinópolis; Leste – Governador Valadares, Ipatinga; Sudeste – Juiz de Fora; Norte de Minas – Montes de Claros; Noroeste – Patos de Minas; Leste do Sul – Ponte Nova; Nordeste – Teófilo Otoni; Triângulo do Sul – Uberaba; Triângulo do Norte - Uberlândia) estão promovendo as adaptações necessárias para receber os pacientes com indicação de internação hospitalar. Funcionarão como referência para os pacientes de municípios do interior do Estado. 

Os profissionais de todos os serviços de saúde estão sendo progressivamente capacitados para a vigilância e manejo clínico dos casos, além de orientações para biossegurança. Estão sendo agendadas capacitações no HEM e através do Canal Minas Saúde. 

5. Tratamento 

O Protocolo do MS indica o tratamento com o antiviral Osetalmivir somente para os casos com doença respiratória aguda grave e seus contatos próximos que também apresentarem doença aguda grave. 

Salientamos que estas definições e encaminhamentos são válidas para este momento da epidemia, podendo sofrer alterações a qualquer momento, se necessário.


Agência Minas




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