segunda-feira, 7 de junho de 2010

Algodão: produção em Minas mostra sinais de recuperação

Safra atual apresenta queda menos acentuada dos últimos seis anos
 
BELO HORIZONTE (7/06/2010) - A cadeia de produção da indústria têxtil em Minas Gerais responde atualmente por 200 mil empregos e as perspectivas do setor são positivas, informa o Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem no Estado de Minas Gerais (Sift-MG). Segundo o assessor da entidade, Ciro Machado, o cenário atual é de harmonia e equilíbrio nas relações com o segmento primário da cadeia como consequência das ações do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas), criado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.
 
"Caso não existisse o Proalminas, o Estado não teria mais indústria têxtil", afirma o assessor. Ele explica que, antes da criação do programa, houve uma grande migração de empresas mineiras principalmente para o Nordeste do Brasil, por causa das vantagens fiscais oferecidas por outros Estados. "Atualmente, as indústrias existentes em Minas podem trabalhar ajustadas ao cenário da produção de algodão." Machado acrescenta que o equilíbrio registrado no quadro de empregos na cadeia do algodão também é consequência da estabilidade gerada pelo Proalminas.     
 
O principal suporte do setor é o benefício concedido pelo governo às empresas mediante o programa e que consiste na isenção de 41,66% do ICMS incidente sobre os produtos industrializados a partir do algodão. A desoneração tributária é concedida às empresas que possuem o Certificado de Participação do Proalminas, emitido anualmente pela Secretaria da Agricultura.
 
Já o agricultor tem a garantia de uma remuneração de até 9% além do preço de mercado na aquisição pelas indústrias do algodão mineiro. De acordo com Machado, "ao possibilitar esses benefícios ao produtor e à indústria, o Proalminas se tornou fundamental para os segmentos que compõem a cadeia do algodão no Estado".
 
Boas perspectivas
 
A safra mineira de algodão, estimada para este ano, é da ordem de 55 mil toneladas, na comparação com um volume da ordem de 56 mil toneladas na safra anterior, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de retração de cerca de 0,82% é o menos acentuado dos últimos seis anos, segundo análise da Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea) da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. A maior parte da produção mineira está na região Noroeste.
 
De acordo com o superintendente João Ricardo Albanez, a redução da safra de algodão, no Estado, começou em 2005, quando a produção era da ordem de 153 mil. "Os números são um reflexo da menor demanda de algodão no mercado internacional, bem como dos elevados estoques no Brasil e no exterior", explica. A expectativa, no Brasil, é de uma produção de 1,27 milhão de toneladas de algodão em pluma, sendo o consumo interno de 950 mil toneladas de pluma. Há também contratos de exportação de 350 a 400 mil toneladas, evidenciando que nesta safra a oferta para o mercado interno será apertada, acrescenta Albanez. "Esta situação sinaliza para uma perspectiva de bons preços para o produtor no final desta safra e na próxima", diz o superintendente.    
 
Dados do Sift-MG mostram que a produção de pluma, no Estado, atende atualmente a uma parte da demanda do setor têxtil. "As 55 empresas mineiras do setor consomem 150 mil toneladas/ano", informa o assessor da entidade, Ciro Machado. "Apesar das safras abaixo das necessidades das indústrias, existe equilíbrio entre os setores que compõem a cadeia do algodão, porque a produção de outros Estados supre a demanda de Minas". Se não houvesse o Proalminas, ele enfatiza, a dependência seria ainda maior.
 
Este é também o ponto de vista do diretor de Suprimento de Algodão da Companhia de Fiação e Tecidos Cedro Cachoeira, Breno Mattos Magalhães Mascarenhas. Ele destaca os efeitos da política de desoneração tributária sobretudo para o equilíbrio das atividades em circunstâncias como a atual, marcada pelo aumento da cotação da pluma.
 
"A indústria se ajusta à situação de elevação dos preços do algodão, que é praticamente a mesma observada no mercado internacional", diz  Breno Mascarenhas. Ele considera também que seria pouco vantajoso recorrer à importação, pois o produto não entraria no país a preços  muito mais baixos do que os registrados no mercado interno e que têm como referência os indicadores da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa).
 
Esta é também a opinião do superintendente João Ricardo Albanez, que aponta como contraponto à produção insuficiente a qualidade da pluma adquirida em Minas Gerais. "Por isso, o produtor alcança uma remuneração à altura", ele diz". 
 
Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
Assessoria de Comunicação Social
Jornalista responsável: Ivani Cunha

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