quinta-feira, 20 de maio de 2010

Produção de milho favorece confinamento de gado em Minas

Divulgação
Fabricantes de ração e criadores de animais são favorecidos
Fabricantes de ração e criadores de animais são favorecidos

BELO HORIZONTE (20/05/10) - O aumento da produção de milho em Minas Gerais, nos últimos dez anos, foi de 41,5%, com destaque para uma safra recorde em 2008. Pequenos recuos nos dois anos seguintes não comprometeram a marca positiva obtida na década. As safras crescentes do Estado contribuem para o fortalecimento do estoque nacional do grão, que possibilita a venda de milho a preços mais acessíveis para os fabricantes de ração e criadores de animais.

Essas avaliações, feitas pela Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea) da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), têm por base dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Márcia Aparecida de Paiva Silva, assessora técnica da Superintendência, assinala os aumentos da safra mineira de milho entre 2001 e 2005. "Os números desse período deram uma contribuição expressiva para o cenário positivo da produção do grão", ela observa.

Segundo a assessora, naquele período, ficou registrado o salto de um volume pouco superior a 4,0 milhões de toneladas para cerca de 6,2 milhões de toneladas. "Depois de uma retração em 2006, por causa de problemas climáticos, houve a retomada do crescimento da produção, que se manteve na faixa acima dos 6,0 milhões de toneladas nos três anos seguintes."

Para 2010, a produção de milho em Minas, estimada pelo IBGE, é da ordem de 6,0 milhões de toneladas. Márcia Silva diz que o pequeno declínio deve ser atribuído principalmente ao fato de uma parte dos produtores do Estado ter feito a opção pelo cultivo da soja. "Depois da crise econômica, os preços da leguminosa no mercado internacional ficaram mais atraentes e a perspectiva é de continuarem aumentando". A assessora ressalta que, apesar da retração na oferta de milho, o Estado continua contribuindo para o aumento da estocagem do grão no país. Minas Gerais é o terceiro maior produtor de milho do Brasil, atrás do Paraná e do Mato Grosso.

Os dados sobre a estocagem divulgados pela Conab mostram, no início da safra 2009/10, a reserva nacional de milho em 11,0 milhões de toneladas e a estimativa de manutenção do mesmo nível na estocagem final do grão. Márcia Silva observa que, para alcançar este resultado, o Brasil teve uma produção de 54,2 milhões de toneladas de milho. Já na parte de escoamento do milho brasileiro, um volume de 46,4 milhões de toneladas será destinado ao mercado interno e estão programados embarques de 8,5 milhões de toneladas para o mercado internacional", acrescenta a assessora.

Suporte para a pecuária

Para o coordenador estadual de Bovinocultura de Corte da Emater-MG, José Alberto de Ávila Pires, o quadro da produção e da estocagem de milho, atualmente, favorece a expansão do confinamento de gado, especialmente em Minas Gerais. "Vale seguir o exemplo dos Estados Unidos, que deram um grande salto na produção de carne a partir de uma política de ampla utilização dos estoques de milho na alimentação de bovinos em sistema de confinamento", ele recomenda. Segundo o coordenador, os meses de junho e julho são os mais indicados para os pecuaristas fazerem a opção pelo confinamento ou expandir sua atuação nessa área por causa da redução da capacidade de suporte das pastagens.

Ávila Pires acrescenta que a arroba de boi tem preços crescentes e encontra-se atualmente entre R$ 75,00 e R$ 80,00. Segundo o coordenador, o custo de produção por confinamento, calculado a cada dois meses, é da ordem de R$ 60,00 por arroba produzida, o que possibilita um ganho de até 27,0%. Ele ainda diz que esses valores refletem principalmente a situação favorável do mercado de milho para o criador de bovinos, pois a cotação da saca do grão (60 quilos), em Minas, está entre R$ 15,00 e R$ 18,00. "A análise desses números mostra que a situação é favorável à engorda de bovinos em confinamento", enfatiza.

O preço do milho, sustentado por um grande estoque nacional, favorece também a expansão da bovinocultura de leite. "Existe espaço para a ampliação deste segmento porque as vacas respondem bem à ração e o preço do leite se encontra atualmente em recuperação. Além disso, Ávila Pires aponta para os benefícios da oferta de parte do milho estocado aos plantéis de aves e suínos. O coordenador diz que a aquisição do grão nesses segmentos é estável, e no caso da avicultura existe até uma política de controle da produção de frango para garantir o equilíbrio do mercado. Ele explica ainda que, "de qualquer forma, os produtores são favorecidos no atual cenário com a redução do custo da atividade, porque o milho tem uma participação superior a 50% na formulação da ração das aves".


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